Inicialmente propus aos estudantes que elencassem em uma lista as atividades de um dia cotidiano. Solicitei que descrevessem as músicas que ouvem; os alimentos que costumam consumir quando possuem o poder de demanda para decidir o que desejam; os programas que assistem; os sites em que navegam; os filmes que assistem, etc.
Depois que recolhi as listas, apresentei aos alunos o conceito de autonomia na filosofia kantiana, ou seja, o princípio de que não podemos utilizar as outras pessoas como "meio" mas como "fins" em si, e, que na visão de Immanuel Kant, não há nada mais horroroso para uma pessoa do que colocar as decisões de sua vida nas mãos de outrem.
Pedi para que os estudantes descrevessem qual a origem dos desejos que apresentaram nas listas (observando que o cotidiano da grande maioria - os gostos, os hábitos, as vontades - eram muito parecidos, quando não exatamente o mesmo.)Depois do debate, os alunos assistiram o curta "Meow" e então responderam as seguintes questões:
a) Os desejos que possuímos para nossa vida são genuínos ou são uma criação da mídia?
b) Porque algumas campanhas publicitárias costumam explorar o erotismo associado à imagem de produtos como veículos e bebidas alcoólicas, por exemplo?
c) Qual é o poder exercido pelo consumidor no embate entre grandes corporações multinacionais pelo controle do mercado?
d) Quanto tomamos nossas decisões no âmbito pessoal, como a profissão, as preferências estéticas e até em relação a hábitos alimentares, estamos sendo genuínos ou somos apenas o reflexo condicionado de uma sociedade de massa?
e) Há alguma relação entre o "leite" e o "refrigerante" oferecido ao gato e os candidatos à cargos políticos?