|
Educadores
Cadastre-se para registrar os seus relatos de experiência com o uso de curtas-metragens em salas de aula e concorrer a prêmios para você e sua escola.

Ditadura da Beleza

Filme Utilizado Desirella | Animação, Conteúdo Adulto | De Carlos Eduardo Nogueira | 2004 | 11 min | SP



Data da Experiência:04/08/2008

Disciplina(s): Artes , Língua Portuguesa , Sociologia

Temas transversais: Cidadania

Nível de ensino da turma*: Ensino Médio

Faixa etária da turma*: de 14 a 18 anos

Nº de alunos que assitiram esta sessão:150

Autor do relato:rogerio tadeu curtt

Instituição:COL NACIONAL
| MG | UBERLANDIA
| Particular
Objetivos do uso do filme
Desenvolver uma postura crítica a respeito do discurso e dos interesses capitalistas que sustentam o culto à beleza física; mostrar o papel social da arte, como instrumento de crítica, denúnica e conscientização; ampliar o "sentimento" de cidadania, promovendo discussão a respeito dos conceitos ESSÊNCIA e APARÊNCIA; discutir as intertextualidades presentes na animação: "O Retrato de Dorian Gray" e "Cinderella"; desenvolver a capacidade de interpretar elementos não-verbais.

Sequência de atividades envolvendo o filme
Já há alguns anos que venho direcionando uma das aulas semanais - destinadas ao enino de língua portuguesa - para desenvolver atividades de interpretação de texto que fomentem discussões e debates a respeito dos mais diversos assuntos. Em uma dessas aulas, neste ano de 2008, apresentei aos alunos o curta "Desirella" que, além de explorar eficientemente a questão do culto à beleza (artificial), mostra de que maneira o sucesso da aparência (imagem) pode representar, simultaneamente, a morte da essência. Após a apresentação, mediei as intervenções dos alunos enquanto abordava alguns detalhes da animação: as intertextualidades: "Retrato de Dorian Gray" e "Cinderella"; o fato de a beleza ser promovida pelos sapatos (sugerindo que a beleza não está na mulher, mas nos acessórios); o fato de a personagem sair às ruas, à academia e ao cassino apenas para se expor (dois detalhes confirmam isso: Desirella estava satisfeita com a nova aparência e desfilava nas ruas; além disso, na academia e no cassino, as pessoas e, principalmente os homens, só tinham "olhos" para ela); o limite do corpo, explorado na academis e no desfile de carnaval; a fuga da realidade, sugerida no momento em que Desirella rouba a morfina e volta para o seu "mundo encantado", representado pelos "outdoors" que exaltam a sexualidade eterna e o culto à beleza física. Paralelamente à exploração dos detalhes da trama, os alunos promoviam intervenções que relacionavam as críticas da animação com a nossa realidade, marcadamente consumista e submissa à ditadura da beleza.

Comente os resultados da experiência
O debate se desenvolveu de uma forma interessante, muitos alunos observaram também a respeito dos elementos da composição do curta e o simbolismo de certos elementos, como o anel "sapo-príncipe" e "meter o pé na jaca". Outro grupo elogiou a crítica desenvolvida pela animação. O mais importante, finalmente, ocorreu quando o debate ultrapassou os limites da sala de aula e o grupo passou a relacionar os elementos do curta com a realidade em que estão inseridos. No final do trabalho, sugeri a leitura do livro "O Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde.